A MODA E O MUNDO em CONVERSAS RÁPIDAS na MODALISBOA


A ModaLisboa que faz 25 anos nesta edição, arrancou ontem, nos Paços do concelho, com conversas rápidas sobre o papel da Moda, como pode a Moda mudar o Mundo.



Devemos fazer escolhas, conscientes da história por de trás das peças que compramos, se a marca usa produtos tóxicos, explora o trabalho infantil, ou polui o meio ambiente. Resistirmos à necessidade de estarmos sempre a comprar roupa e acessórios, quando temos um armário cheio de possibilidades, que com alguma criatividade podemos explorar. Foi a mensagem de Kino Fox, que depois de um percurso na moda em várias áreas e marcas de luxo, resolveu ficar a viver em Portugal enquanto prepara o lançamento da sua própria marca.

Reciclar. O vintage, ou peças nossas antigas, com um diferente styling, são uma boa alternativa ao investimento constante e rápido que fazemos em roupa.

Anna Lottersberger, professora e especialista em design de moda e em design, também com um percurso de trabalho em marcas de luxo, falou da tendência das grandes marcas comunicarem o não preconceito em relação à raça, ao corpo, ao sexo, e à idade.

Os cartazes das campanhas da marca de luxo da Balmain, são excelentes exemplos da importância da inclusão.

As modelos magras não serão regra para as capas e editoriais de revistas, assim como em campanhas, num futuro próximo.

Campanha Max Mara mães e filhas. A novidade é que as filhas não têm 6 anos, nem as mães 30.
Usam o mesmo casaco, mas coordenado com um styling diferente.

Anna Lottersberger, considera que da mesma maneira que as mulheres começaram a usar roupa masculina, sobretudos, calças, camisolas, etc, no futuro os homens também usarão roupas femininas no seu dia a dia. Esta imagem faz parte da campanha da Gucci FW15/16.

O discurso que mais impacto teve, numa audiência maioritariamente estudante, cheia de sonhos , vontade de fazer e vencer, foi o da Priscila Alexandre.
Priscila é natural do Algarve, e contou de uma forma muito pessoal, o seu interessante percurso pelo mundo da moda, as suas escolhas e decisões. No fear! disse Priscila, quando relatou como decidiu ir para Paris logo após ter acabado o seu curso. Sem saber como se iria sustentar, mas com uma vontade do tamanho do mundo de conseguir trabalho, lá foi e venceu. Trabalhou na Louis Vuitton, Balenciaga, entre outras marcas high fashion. De momento trabalha na Hermès.
Mas a grande mensagem desta profissional, foi relativa à importância do Savoir faire, principalmente na meio da moda. O seu percurso fez e faz, com que tenha o privilégio de apreciar de perto a extraordinária dedicação e sabedoria, com que as artesãs destas marcas de luxo, trabalham. 

Gostei particularmente desta mensagem, porque exalta a qualidade, o saber fazer bem, o querer fazer bem. A excelência tem que ser mais protegida e acalentada por todos nós. O futuro passa por aqui, está na diferença, nos detalhes, nos pormenores, na entrega, no brio.

Uma carteira Gucci a ser feita artesanalmente.

A última intervenção das Fast Talks, para mim, foi um misto de admiração e de mal estar.
Cancro da mama, é um tema pouco agradável para nós mulheres, ou porque tivemos, ou temos, ou conhecemos alguém que tem, ou porque perdemos alguém que teve, ou simplesmente porque temos medo de vir a ter.
Noélia Morales, teve e sobreviveu. E porque não quiz fazer reconstrução da mama, mas queria continuar a sentir-se sexy e desejada, teve a ideia de fazer uma pala, como a pala dos piratas
Anna Bonny, mulher pirata do século XVIII, foi a inspiração para o nome desta marca, que tem realmente impacto e é realmente diferente, Anna Bonny/The Mastectomy Patch.


Antevê-se, um futuro que será cada vez mais sensível à nossa sensibilidade, perdoem-me a redundância, à nossa intuição, ao nosso discernimento.
Sensibilidade e Bom Senso, como dizia Jane Austen, à 200 anos atrás.
Sensibilidade e bom senso, diz quem sabe.
E juntos.

Foram conversas rápidas sobre como a Moda pode mudar o Mundo.









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